sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um dia

     O livro Um dia de David Nicholls não tem nada de extraordinário: nada de intrigas, amores proibidos, tragédias, vampiros ou monstros. É só a história de amor e amizade entre 2 pessoas comuns, Dexter e Emma, enquanto amadurecem. Como eu disse, nada de extraordinário, tão simples e realista que poderia ter sido tirado do diário de alguém.E por isso mesmo (aprendam escritores!) tão gostoso de ler!
     A história começa em 15 de julho de 1988 quando Dexter e Emma passam um dia inteiro juntos após a formatura da faculdade. Ela, inteligente, toda careta e com uma grande queda por Dexter, ele, bonitão e popular e só querendo curtir mas ainda assim, mesmo não tendo uma grande queda, acho que meio intrigado por ela mas só balançarem algo mais brilhante na frente dele que logo se distraí. Enquanto lia,eu pensava ''Não é sempre assim? Tão bonitos e imaturos e a gente só esperando!"comentário que meu namorado detestou.
      É claro que não é apenas isso, afinal são 19 anos (não 20, de 88 a 2007,eu contei!) que se segue e os dois mantem a amizade que surgiu após aquele primeiro dia, mesmo sendo tão diferentes. E cada ano naquela mesma data, 15 de julho podemos saber o que acontece em suas vidas, fracassos e sucessos, relacionamentos e casamentos, enfim a própria vida acontecendo. Nem sempre tão juntos e nem sempre tão amigos mas sempre na cabeça um do outro.
       Adorei Dex e Em, quando lia sempre me vinha na cabeça a palavra agridoce ( Na verdade bittersweet porque agridoce me faz pensar em comida!) porque as vezes é amargo e doce ao mesmo tempo. Gosto dos silêncios entre os dois quando querem dizer algo um para o outro que não sabem bem o que é, e de como as vezes parecem tão perdidos em suas carreiras, me fez pensar que não é só eu.
       Meu novo livro do coração.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Esse é meu


Desconto de fadas



Era uma vez três princesas outro dia, em uma cidade qualquer, em um restaurante da moda.

Chega Aurora. Cinderela e Branca de neve já estão na mesa de sempre.

-          Desculpa o atraso meninas. Acabei acordando tarde. Passei a noite revisando as roupas para o desfile na Fashion Week esse fim de semana.

-          Tudo bem – Diz Cinderela – não vou poder ficar muito tempo.Sabe a Chapeuzinho vermelho? Sou advogada dela. Ela esta sendo acusada de planejar a morte da vó para ganhar a herança.

-          Mas não foi o namorado dela vestido de lobo?

-          A branca não seja sonsa! Você não acha estranho o namorado fazer isso? O que ele ganharia? – Pergunta Aurora.

-          Eu prefiro acreditar nos outros!

-          E por isso quase morreu envenenada! – Cinderela fica impaciente:

-          Já chega ! Parem de agir como crianças!

-          Tá bom, tá bom! Diz Aurora e Branca de neve.

As três fazem os pedidos. Enquanto esperam, começam a falar de Alice, que saiu há pouco tempo da re-habilitação. De novo.

Branca de neves diz:

-Só faz um mês e ela voltou para casa depois de 3 dias na cracolândia. Apareceu com uma historia que seguiu um coelho de relógio e caiu num buraco.

- Adolescente só da trabalho! Por isso não tive filhos! Diz Cinderela.

Branca e Aurora trocam olhares sem Cinderela perceber. A fofoca é que ela tentou de tudo até descobrir que não podia engravidar.

-          É difícil, mas se não fosse pelo meu filho o divorcio teria sido insuportável. Foi ele  que me manteve de pé – Diz branca.

Branca se separou após descobrir que o “príncipe” na verdade era um mafioso, envolvido até com a Cosa Nostra.

O que não a impede de aceitar sua gorda pensão.

-          Mas também tenho pavor da fase da adolescência. Lembram de quando eu era mais nova e participei daquele reality show em que fiquei com 7 caras numa casa durante 1 mês?

-          Você era bem louca! Comenta Aurora – Depois foi para Las Vegas e se casou com o primeiro que apareceu.

-          Você tem sorte que o bebe é a cara do seu ex! Brinca Cinderela.

Os pratos chegam.

-          Sabe de uma coisa Branca? Acho que você deveria trabalhar – Diz Cinderela – Quando me casei o que me salvou foi meu emprego. O príncipe deixou bem claro, logo na lua de mel que eu deveria cuidar da casa. Como se eu fosse me sujeitar a isso de novo. Se fosse para ser escrava eu não precisava sair de casa.

-          É verdade! Exclama Aurora – Quando me casei achei que deveria aproveitar a fortuna que eu nem sabia que tinha, mas só fazer compras e dormir cansa.Logo depois do casamento Felipe me disse que eu deveria expandir meus horizontes e como sempre gostei de costurar  resolvi abrir minha butique.

Na verdade, “logo depois ”foi após 1 ano de casamento quando o príncipe disse:”Estou cansado de uma mulher que só dorme e faz compras! Vê se arruma um emprego, pelo amor de Deus ” e cortou sua mesada.

-          Ah, para vocês é fácil! Eu não sei fazer nada!

-          Podia voltar a desfilar – Diz Cinderela.

-          Aos 30? Alfineta Aurora.

-          Ei!!! Tenho 27 anos! Mente Branca – mas depois de 5 anos quem iria me contratar?

Cinderela e Branca olham para Aurora.

-          Ah não! Não,não mesmo! De novo, não!

-          E por que não? Me da um motivo!

-          Todo mundo só falava de você caindo de bêbada no meio da passarela nada sobre as minhas roupas.

-          Me dá outro motivo.

-          Não trabalho mais com amigas, não dá certo.

-          Mas eu não sou sua amiga, você nem gosta de mim!

-          Ah, isso é verdade – Cinderela diz pra Aurora.

-          Então o motivo é esse,não gosto de você! Se vira, descubra o que gosta de fazer e faça.

Branca fecha a cara. Arranjar um emprego sozinha dava muito trabalho. Olha para Cinderela como quem pede ajuda.

-     Bom, eu posso ver se tem alguém precisando de alguma assistente – Diz Cinderela.

Branca sorri em agradecimento, mas um empreguinho de assistente era o máximo que Cinderela podia fazer? Tão sem graça, sem glamour!

Terminada a refeição e dividida a conta as 3 amigas começam a se despedir.

-          Tchau garotas, tenho que voltar ao escritório.

Aurora também se levanta rápido para não ficar para trás com Branca, que acha terrivelmente mimada.

Como se ela também não fosse.

-          Tchau gente.

-          Tchau, eu te ligo Cindy.

-          Ok – Diz Cinderela, já arrependida. Detestava fazer favores e arrumar emprego para desajeitada da Branca seria um trabalho hercúleo.

E assim, cada uma vai embora em suas limusines menos Cinderela que prefere dirigir seu próprio carro.

Priscila Sampaio da Silva 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A época da Inocência

Nesse livro Edith Wharton fala do triângulo amoroso entre Newland Archer, sua noiva May e a condessa Ellen Olenska, prima de May.
Na história, Archer é um rapaz vivendo a vida do jeito que a sociedade exigia e sentindo bem com isso pois não conhecia outra maneira. Noivo da bela May ele é atraído pela recém divorciada Ellen Olenska que chega causando comoção em Nova York. É interessante ver como ao entrar em contato com Ellen, Archer começa a se questionar sobre a sociedade hipócrita em que vive que permite qualquer deslize dos homens e até espera por isso e quer perfeição da mulher. Ele começa a perceber que viveria uma vida sem nada extraordinário, apenas uma vida correta.
Quando li o livro pensei: Será que o mundo não muda nunca? Tanto naquela época(1870)como hoje em dia, as pessoas podem fazer o que quiserem desde que escondam e não sejam. Ainda evitamos os assuntos que nos desagradam mas adoramos fofocas e no livro quase dá para ouvir os sussuros.
As partes que mais gosto do livro são:
Archer fugindo de Olenska, quando ela o chama e ele vai até a noiva para adiar o casamento.
May tão perfeita e boa moça mas sabendo jogar para manter seu casamento de uma forma bem delicada sem escandalos.
Ellen abrindo mão de seu amor pela prima. Sempre achei que ela não queria que as pessoas estivessem certa sobre ela, pois apesar do seu casamento fracassado nunca havia feito nada de errado.
Archer tentando ensinar a May a pensar e ter sua própria opinião mas desistindo ao perceber que ela apenas diz o que ele quer ouvir e que acabaria sendo como sua mãe e ele como seu pai.
Gosto dos personagens ambíguos nem bons nem maus apenas humanos, da forma como critica a sociedade tão perfeita na superficie.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Anna e o beijo francês




Quem me conhece sabe que não sou contra literatura infanto juvenil mesmo já estando longe dessa fase, não acho que tudo tenha que ser clássico e esse tipo de livro é um dos meus guilty pleasures, por isso comprei. A história parecia ser interessante:uma garota que vai estudar um ano em um internato na França e como esse é um dos lugares que eu adoraria conhecer achei que seria que seria legal. Como estava enganada!




A Anna do título é chata, insegura, indecisa e fica vermelha com uma frequência de dar nos nervos. Os outros personagens também são chatos e nada se salva na história. Os personagens maus, que atormentam a vida da protagonista teria deixado a história mais interessante se tivessem destaque. O casal príncipal é chato e o tempo todo eu torcia para que não ficassem juntos até perceber que não teria jeito. Provavelmente o pai de Anna que ela critica por escrever livros água com açucar escreveria algo melhor.




A minha vontade era tacar o livro no chão e pisar em cima. Tudo é tão forçado, a doença da mãe de Etienne, o seu pai mau. É uma história chata contada da maneira mais chata possível. Parece tirada do diário de uma garota de 14 anos. Eu sei porque já fui uma.